A empresa de cibersegurança ISH Tecnologia informou nesta quarta-feira (14) que dois bancos de dados de brasileiros estão sendo vendidos na internet. As publicações que podem ser acessadas por qualquer pessoa teriam sido feitas no final de junho em um fórum de crimes cibernéticos criados no primeiro trimestre de 2022, segundo a ISH Tecnologia.

O Siape (Sistema Integrado de Administração de Pessoal) é um dos bancos de dados que está sendo ofertado por 600 reais e empacotaria dados de um vazamento de 2020 com informações de servidores públicos federais e aposentados. O outro engloba os dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). No entanto, a entidade nega que tenha ocorrido o vazamento dos dados e informa em nota os procedimentos realizados pela mesma.
“Foram realizadas as análises técnicas para apuração do caso, e o relatório conclusivo indica que os dados pessoais divulgados não possuem origem e correlação com a base de dados do SPC Brasil”, diz a nota.
Os dados passados estariam em espaços de fácil acesso, conhecidas como dark web e deep web. Em cada publicação com dados, de acordo com a empresa, os criminosos disponibilizam um canal de contato via Telegram e pedem o pagamento via criptomoedas, para dificultar a rastreabilidade.
No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) de n° 13.709/2018 prevê a proteção dos direitos fundamentais de liberdade, de privacidade e a livre formação da personalidade de cada indivíduo. Assim, de acordo com a especialista em LGPD Ceiça Melo, o cidadão pode exigir de empresas públicas e privadas informações claras sobre quais dados foram coletados, como estão armazenados e para que finalidades serão usados. No caso do vazamento de dados, o especialista faz algumas recomendações para os usuários.
”Existem muitas plataformas que o cidadão pode consultar se houve ou não o vazamento de dados, como é o caso do ‘Cadê meu dado’. Caso seja comprovado o vazamento, se o usuário sofreu algum dano material ou importunação é possível acionar a justiça para resolver o impasse. Ele estará resguardado pela Lei”, explica a especialista.
