
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sugeriu em uma entrevista que a Ucrânia poderia ceder a península da Crimeia à Rússia em troca da paz. No entanto, autoridades ucranianas manifestaram nas redes sociais que o país não fará concessões territoriais, especialmente em relação à Crimeia.

O porta-voz da diplomacia ucraniana afirmou que não há nenhuma razão legal, política ou moral pela qual o país deve ceder nem um centímetro de terra ucraniana. Ele ressaltou que qualquer esforço de mediação para restabelecer a paz deve ser baseado no respeito pela soberania do país.

O diplomata ucraniano aposentado Olexander Scherba criticou Lula nas redes sociais, questionando se o presidente brasileiro aplicaria a declaração a si mesmo. Na quinta-feira, Lula defendeu o fim da guerra, afirmando que ela não tem justificativa para continuar. A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014, em uma ação denunciada pela Ucrânia e muitos aliados ocidentais por violar o direito internacional.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu retomar o território enquanto o país luta contra a invasão em grande escala da Rússia, lançada oito anos depois de tomar a península. Os dois países não conversam sobre o fim dos combates há um ano. A sugestão de que a Crimeia poderia estar em negociação tem sido um tabu para as autoridades ucranianas desde os primeiros dias da guerra.