
Funcionárias da Petrobras relataram casos de assédio sexual por parte de colegas de trabalho e superiores, segundo denúncias feitas à Ouvidoria da estatal. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República investiga as acusações.

As denúncias apontam que as mulheres foram vítimas de comentários obscenos, insinuações sexuais e toques indesejados. Em alguns casos, as denunciantes afirmam terem sofrido represálias após se recusarem a ceder às investidas dos assediadores.

A Petrobras afirmou que está apurando as denúncias, que são tratadas como confidenciais, e que “repudia qualquer forma de assédio”. A empresa também destacou que “tem políticas e procedimentos internos que orientam a conduta ética e profissional dos seus empregados, e mantém canais de denúncias para atender a questões como essa”.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também afirmou estar acompanhando o caso e que, caso comprovadas as acusações, poderá recomendar medidas disciplinares e até mesmo a exoneração dos envolvidos.
Segundo dados do Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC), a Petrobras recebeu, nos últimos três anos, 41 denúncias de assédio sexual. O número de casos denunciados cresceu de quatro, em 2018, para 23, em 2020. Até julho deste ano, foram 14 denúncias registradas.
A empresa tem incentivado a denúncia de casos de assédio e discriminação por meio de campanhas de conscientização e orientação aos funcionários, além de manter canais de denúncias anônimas.
O assédio sexual é crime previsto na legislação brasileira, e a vítima pode registrar um boletim de ocorrência e buscar a Justiça para denunciar o agressor. As empresas também podem ser responsabilizadas e receber sanções administrativas e judiciais caso não tomem medidas para prevenir e combater o assédio no ambiente de trabalho.