Epidemiologia da FMS detecta infecção rara em paciente com doença neurológica

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A Gerência de Epidemiologia da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina (FMS) recebeu a confirmação laboratorial de um caso de infecção humana pelo vírus da encefalite de Saint Louis (SLEV) no dia 7 de dezembro de 2021. Uma paciente adulta iniciou sintomas neurológicos em março do mesmo ano. Embora residisse e tenha adoecido em Lagoa do Mato – MA (local provável de infecção), a paciente procurou atendimento médico e foi internada no Hospital de Urgências de Teresina (HUT), onde recebeu tratamento. Houve boa evolução clínica e os exames ELISA-IgM e teste de neutralização por redução de placas realizados no Instituto Evandro Chagas mostraram-se positivos para SLEV – preenchendo, assim, critérios para confirmação de caso.

À época da hospitalização, o caso foi notificado e iniciou-se a investigação por meio do Programa de Vigilância das Doenças Neuroinvasivas por Arbovírus – iniciado em Teresina ainda no ano de 2013. Essa estratégia de vigilância encontra-se implantada em todos os hospitais públicos (municipais, estaduais e federal) e privados de Teresina, com apoio das equipes dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia.  Atualmente, a rede pública hospitalar municipal de Teresina conta com treze hospitais e treze Núcleos Hospitalares de Epidemiologia. Através da vigilância epidemiológica, os casos de síndromes neuroinvasivas são investigados a fim de se detectar infecções pelos vírus dengue, Zika, chikungunya, vírus do Nilo Ocidental e outros vírus transmitidos por meio de picada de mosquitos (arbovírus). Até o presente, mais de 700 casos de síndromes neurológicas já foram notificados e investigados – 107 no último ano, mas este é o primeiro caso confirmado de infecção humana pelo SLEV diagnosticado pelo programa.

Casos esporádicos ou pequenos surtos da doença já ocorreram em alguns estados brasileiros, bem como infecções em aves e animais. A encefalite de Saint Louis não é transmitida de pessoa-a-pessoa, mesmo que por intermédio da picada de mosquitos: para que ocorra a transmissão, é necessário que um mosquito vetor pique um pássaro com alta quantidade de vírus em sua circulação sanguínea e, em seguida, pique um ser humano.  Ainda assim, pouquíssimos indivíduos picados por mosquitos infectados desenvolvem a doença neurológica, manifesta por menintite (febre, vômitos, dor de cabeça e no pescoço), encefalite (febre, confusão mental, convulsões, paralisias, tremores, coma), mielite (paralisia muscular, perda da sensibilidade e do controle da micção e da evacuação) ou polirradiculoneurite (fraqueza muscular, dormências, falta de ar). A maior parte dos caso brandos evolui bem, mas até 20% dos idosos acometidos pelas formas neurológicas podem falecer.

De acordo com Amariles Borba, diretora de Vigilância em Saúde, assim que os resultados foram recebidos, a Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão e ao Ministério da Saúde foram comunicados. Dentre as medidas de saúde pública recomendadas, ela destaca: reforço à vigilância das doenças neuroinvasivas por arbovírus e às estratégias de controle vetorial (de forma semelhante ao que se faz para controle da dengue), bem como recomendações à população para minimização da exposição dos indivíduos a potenciais mosquitos transmissores. Diante do diagnóstico do caso de infecção pelo vírus da encefalite de Saint Louis SLEV, a Gerência de Epidemiologia da FMS emitiu um alerta destinado aos profissionais de saúde do país.

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