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sexta-feira, setembro 20, 2024
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PF escuta militares sobre invasão e vandalismo em Brasília

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A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quarta-feira (12) a oitiva de aproximadamente 80 militares do Exército para esclarecer a possível participação ou omissão desses militares nos episódios de invasão e vandalismo em prédios públicos ocorridos em 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A força-tarefa, composta por cerca de 50 agentes, foi montada para colher os depoimentos dos militares, que estão sendo ouvidos na Academia Nacional de Polícia, em Brasília.

Manifestantes fazem ato contra governo no dia 8 de janeiro 2023 – Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

Dentre os militares já ouvidos está o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que era responsável pelo Comando Militar do Planalto (CMP) no dia 8 de janeiro e que já prestou depoimento à PF. O militar foi exonerado da chefia do CMP, conforme publicação no Diário Oficial da União desta quarta-feira (12), medida que era esperada desde 16 de fevereiro, quando havia sido anunciada pelo Exército. Outro militar ouvido é o coronel Jorge Fernandes da Hora, que era o chefe do Batalhão de Guarda Presidencial, responsável pela proteção do Palácio do Planalto, durante os ataques.

A PF busca esclarecer as declarações do coronel Jorge Eduardo Naime, que em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Democráticos, conduzida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, afirmou que membros do Exército teriam tentado impedir a prisão de manifestantes. Além disso, a colocação de tanques do Exército entre policiais militares e o acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General, em Brasília, na noite do dia 8 de janeiro também levanta questionamentos. As pessoas acampadas no local, que pediam abertamente uma intervenção militar para reverter o resultado das eleições, só foram presas no dia seguinte.

A investigação da PF ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) abrir uma apuração preliminar no mês passado para investigar a eventual responsabilidade de militares do Exército nos atos antidemocráticos. Essa medida foi tomada após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que os militares envolvidos em atos golpistas devem ser julgados pela Justiça comum, e não pela Justiça Militar. A oitiva dos militares busca esclarecer os fatos e apurar possíveis responsabilidades diante dos acontecimentos ocorridos em 8 de janeiro, que resultaram em ampla depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.

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