Aliados do presidente Jair Bolsonaro veem seu depoimento no caso das joias como uma oportunidade para reduzir o desgaste em torno do escândalo. Bolsonaro foi convocado para prestar depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga a suposta tentativa de extorsão por parte de um ex-assessor do Ministério da Saúde, Roberto Dias, que teria pedido joias a um empresário em troca de fechar um contrato com o governo.
Joe Skipper/Reuters
Para esses aliados, o depoimento de Bolsonaro pode ajudar a esclarecer a situação e mostrar que o presidente não teve envolvimento no caso. Além disso, esperam que o depoimento possa reduzir a pressão sobre o governo e permitir que a agenda do governo avance sem o peso do escândalo.
Por outro lado, a oposição e setores críticos do governo acreditam que o depoimento pode colocar ainda mais pressão sobre o presidente, que vem enfrentando uma série de crises políticas nos últimos meses. Eles argumentam que o depoimento pode expor mais informações sobre o suposto envolvimento do governo no caso das joias e prejudicar ainda mais a imagem de Bolsonaro.
O depoimento de Bolsonaro está marcado para a próxima quarta-feira, dia 5 de abril. A convocação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente não é investigado no caso, mas foi citado em depoimentos de testemunhas e agora deve prestar esclarecimentos.
O escândalo das joias começou em julho do ano passado, quando o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, foi preso pela Polícia Federal.
