O presidente Lula visitou a China, começando em Xangai, que rivaliza com Pequim como cidade mais importante do país. Ele visitou a sede do Banco dos Brics, que representa um bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O NDB, sigla em inglês para Banco de Novo Desenvolvimento, é mais conhecido como banco dos Brics e tem como objetivo ajudar países em desenvolvimento.
O Brasil tem um bilhão e setecentos milhões de dólares reservados no banco, e a presidente Dilma Rousseff, que assumiu a presidência do banco durante a visita de Lula, afirmou que ajudar países mais pobres em desenvolvimento é uma prioridade e que o banco desempenha um papel importante na visão de um mundo multilateral. Lula também destacou que é possível fazer comércio direto usando as moedas locais, e que o banco tem um potencial transformador para o mundo.
Durante a visita, Lula também foi à Huawei, uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo. A Huawei já está no Brasil há mais de 20 anos, mas atualmente faz parte de uma briga entre China e Estados Unidos sobre tecnologia, patentes, invasão de privacidade e espionagem. O governo americano proibiu a Huawei de vender seus produtos nos EUA, o que causou um prejuízo de mais de 30 bilhões de dólares para os chineses. A visita de Lula à Huawei neste momento pode ser lida de várias maneiras, mas para a China tem um gosto de vitória e para os EUA um sabor de derrota.
Lula também falou sobre o Brasil durante a visita, dizendo que nunca poderia imaginar a volta da fome no país e que o último governo destruiu tudo o que foi construído nas áreas de meio ambiente, ciência e cultura. Ele pediu um mundo mais generoso e com mais fraternidade para derrotar o discurso do ódio e o individualismo. Lula enfatizou que é possível fazer as coisas de maneira diferente e com muita paciência, o que é uma marca dos chineses. Distanciar-se do dólar tem consequências na relação com os Estados Unidos, mas pode ser uma visão econômica racional com carga política.