Uma técnica em enfermagem de Teresina, capital do Piauí, foi ferida por estilhaços de vidro na cabeça e na face após um acompanhante quebrar a vidraça da enfermaria por falta de vaga para uma paciente e a necessidade de encaminhá-la para outra unidade de saúde.
O incidente ocorreu na madrugada desta segunda-feira (10), na maternidade do Promorar, na zona Sul da cidade. A profissional de saúde estava acompanhada de mais duas colegas no momento da agressão. A técnica em enfermagem, visivelmente abalada, afirmou que o agressor voltou alterado depois de buscar informações sobre um exame e não encontrar profissionais disponíveis.
O caso foi registrado em um boletim de ocorrência por lesão corporal dolosa e dano na delegacia do 4º Distrito Policial durante a madrugada. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Senatepi), Erick Ricceli, afirmou que esse tipo de situação não é incomum e que a segurança dos profissionais da área precisa ser reforçada. Ele questionou a liberação do agressor pelo policial militar de plantão e disse que o caso está sendo acompanhado juridicamente pelo sindicato.
Ricceli ressaltou que a agressão à técnica em enfermagem não é um fato isolado e que as causas são absurdas. Segundo ele, o agressor não concordou com a informação da médica de que a paciente seria regulada para outra unidade de saúde com vaga e acabou quebrando a vidraça. O presidente do Senatepi afirmou que o sindicato não permitirá que agressores fiquem impunes e que estão acompanhando o caso de perto.
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) emitiu uma nota lamentando o ocorrido e informando que a direção do hospital registrou um boletim de ocorrência e solicitou uma reunião com o comandante responsável pelo policiamento da unidade para discutir melhorias na segurança dos profissionais da área. A FMS também afirmou que se solidariza com a funcionária agredida e que a gestão está dando todo o suporte necessário.
O Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi) vem denunciando a falta de segurança nos hospitais e unidades de saúde há algum tempo. Segundo dados do sindicato, de janeiro a março de 2021, foram registradas 94 ocorrências de violência contra profissionais de enfermagem no estado. O Senatepi cobra medidas urgentes das autoridades para garantir a segurança dos trabalhadores da saúde e a punição dos agressores.
