
O ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi absolvido das acusações da operação Lava-Jato nesta quarta-feira pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Em 2019, ele havia sido condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa pelo juiz Marcelo Bretas.

Pezão ficou preso por um ano sob acusações de integrar um esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral, de quem foi vice. Em novembro de 2018, ele foi detido quando faltava cerca de um mês para concluir o mandato e foi solto em dezembro de 2019 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Bretas foi afastado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em fevereiro deste ano por suspeita de direcionar processos, combinar sentenças e conduzir apurações. Nesta terça-feira, a primeira turma do TRF-2 decidiu, por maioria de votos, absolver o ex-governador das acusações. Pezão disse ao GLOBO que sempre confiou na Justiça e que agora eles saíram da espetacularização da franquia da Lava-Jato do Rio de Janeiro.
Em nota, a defesa de Pezão, feita pelo escritório Mirza & Malan, afirmou que as denúncias contra ele feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) foram baseadas em “delações mentirosas”. “Trata-se de decisão que resgata a dignidade e honra do ex-governador, que teve seu mandato precocemente interrompido e ficou mais de um ano injustamente preso, com base em delações mentirosas e ilações do Ministério Público Federal. Ganham a democracia e o Estado de Direito”, disse a defesa do ex-governador.
Com a absolvição, Pezão ganha força em seu processo de reabilitação política. Ele já vem atuando nos bastidores como consultor informal de políticos e não descarta disputar novamente a prefeitura de sua cidade natal, Piraí, no interior do Rio de Janeiro, onde voltou a morar após sair da prisão.