
O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) está intensificando a fiscalização da prescrição de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) com fins estéticos em todo o estado, atendendo a normativa do Conselho Federal de Medicina (CFM). O CRM-PI destaca a ausência de estudos clínicos de boa qualidade que demonstrem os reais riscos associados a esses hormônios em níveis acima dos fisiológicos, tanto em homens quanto em mulheres, além da falta de comprovação científica dos benefícios e da segurança dessas terapias.

O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Piauí (SBEM-PI) e conselheiro do CRM-PI, Wallace Miranda, destaca que a medida considera os riscos do uso dessas substâncias para fins estéticos e não para reposição hormonal. Ele enfatiza que não existe uma dosagem segura para essas substâncias quando administradas sem necessidade e que podem causar danos irreversíveis a órgãos como o fígado e o coração, além de infertilidade e transtornos psiquiátricos.

O especialista cita casos nacionais e locais de pacientes que ficaram em estado grave após reações ao uso de anabolizantes. Para combater o descumprimento da normativa que proíbe a prescrição dessas substâncias para fins estéticos, o CRM-PI intensificará o trabalho de fiscalização em parceria com outros conselhos de classe da área de saúde, como educação física, nutrição e fisioterapia.
O CRM-PI também proibiu os cursos que ensinam a fazer essa prescrição e destaca a importância da denúncia de prescrições médicas irregulares dessas substâncias por parte do paciente. As denúncias podem ser feitas de forma anônima, via e-mail, telefone ou diretamente no site do CRM-PI. Os médicos que descumprirem a normativa podem sofrer processo tanto no Conselho como na Justiça e perder seu registro.