
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, decidiu nesta quinta-feira (13) manter em sigilo parte da ação que pode declarar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. A ação refere-se a uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, marcada por ataques infundados ao sistema eleitoral. A decisão do corregedor mantém sob sigilo informações sensíveis da ação, incluindo os depoimentos colhidos, o parecer do Ministério Público Eleitoral e as alegações finais de Jair Bolsonaro e do partido que move a ação, PDT. O objetivo é evitar que informações sigilosas sejam divulgadas até o julgamento do processo.

O ministro Benedito Gonçalves, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
O julgamento está previsto para ocorrer até o início de maio pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A defesa de Bolsonaro solicitou a suspensão da medida adotada pelo TSE, alegando que ela era necessária para permitir o “conhecimento e o escrutínio público” das manifestações. No entanto, o corregedor-geral afirmou que a medida de sigilo parcial foi aplicada para proteger trechos que fizessem remissão aos documentos e depoimentos sigilosos.

Em março, Benedito Gonçalves já havia decidido manter sob sigilo o depoimento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, pelo menos por enquanto. A defesa de Bolsonaro ficou incomodada com as “impressões pessoais” que Torres externou ao longo do depoimento sobre o estado de saúde do ex-presidente após ser derrotado nas urnas por Lula em outubro do ano passado. Segundo apurado pela imprensa, Torres comentou que Bolsonaro ficou em estado depressivo após não conseguir a reeleição e comentou a infecção na perna sofrida pelo ex-presidente.