Doce manhã de paz
às 11:11
Estava sentado, refletindo sobre o sentido da vida e sentindo o ventinho pueril da manhã, quando pousou sobre o galho frágil da goiabeira um dos beija-florzinhos que sempre me visitam. O vento balançava a galhinha, mas ele não se abalava, simplesmente acompanhava o ritmo do balanço da galha ao som do vento. Ele ficava na goiabeira, orando pro mamoeiro, comendo. O certo é que, o tempo que passei fazendo as minhas orações, ele voava entre as duas árvores. Nas flores brancas do mamaoeiro, alimentava ao corpo; Na goiabeira, alimentava ao espírito, pois ficava mexendo a cabecinha como quem está posicionando o ouvido para ouvir melhor. Depois que terminei, ele partiu. O sol já começava a engolir minha sombra mas fiquei mais um pouco de tempo tentando entendo o sentido da vida. Diante da natureza, vou tentando entender o mundo, os seus mecanismos e as suas engrenagens. O filósofo Platão falou no Mito da Caverna que somos somente a sombra do real. O Livro de Eclesiastes nos diz que tudo não passa de ilusão. Hoje, temos a teoria do holograma que condiz justamente com o Mito da Caverna de Platão. Há um filósofo, do qual não recordo o nome, parece-me que é: Brostom, dizendo que há uma grande possibilidade de vivermos na simulação de um universo holográfico. Eu sempre procurei olhar para natureza como um programa de computador, pois se olharmos para os animais, veremos que são um programa. Para os peixes da água, um programa; para os répteis sobre a terra, outro programa, e para as aves do céu, outro. O gato é um programa que difere do programa do cachorro. O programa da goiaba difere do programa da manga. Para cada pássaro um tamanho, uma cor e um canto. Ora, se isso não é um programa, então, o quê será? O beija-flor é programado com asas altamente aceleradas, o que permite ao mesmo parar no ar. Já o urubu é um programa feito para plainar sobre o ar, mas não pode parar. Por isso, comungo com o filósofo, que afirma que temos cinquenta porcento de chance de sermos uma simulação na tela de um imenso computador universal.
