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sexta-feira, março 14, 2025
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Textos da Semana

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Vidas a sorrir, nada mais

às 10:46

Foto: reprodução / FotoNatural

Ela madruga todos os dias para preparar o quebra jejum, pois ele tem que sair cedo para dar seu expediente na Convap, para dar o duro e trazer o pão de cada dia, suado, dos meninos. Ela é uma mulher nova e forte, uma sertaneja queimada de sol. Quando ele parte para labuta, em sua motoca, no canavial, ela arruma as crias para irem ao colégio, pois vão e voltam de ônibus da prefeitura todos os dias. Ela faz de um tudo para ajudar na renda da família. Participa das farinhadas, cria galinha para vender os ovos caipiras, cria pato, faz horta, lava roupa, vende roupa… não tem medo de trabalho. É, verdadeiramente, um trator. Depois que despacha o marido e os filhos, vai cuidar das suas coisas. Pega a sua bicicleta e cai no mundo. Ela não para. Às vezes, a encontro pelas ruas, da cidade, em seu traje contidiano: sandália, short jeans, blusa feminina e uma camisa, de manga comprida, masculina, que ela toma emprestada dele. Às vezes, a encontro nas redondezas do mercado mas também pelo hospital, pelo bairro São João, pela Igreja Matriz.. não tem hora nem lugar certo. Sempre anda contente. Está sempre satisfeita. Traz sempre um sorriso ao rosto. Tem sempre um “bons dia” e um “pro mode” para dar. Jamais se queixa. Trabalha que só uma condenada, mas sem se abater. É uma mulher de poucas letras. Viveu sempre da roça, para roça e pela roça, e casou-se ainda muito cedo, ainda jovem. Diante de toda luta, não esquece da beleza. Traz um cabelo, sedoso e tratado, um batom, vermelho, aos lábios, as unhas em esmalte vermelho… Onde ela estiver está também a sua bicicleta vermelha Caloi, companheira de todas as horas. Elas duas voam pela cidade e pelos arredores da cidade, nos povoados. A única coisa que ela não abre mão é de todo domingo tomar a sua cervejinha. Depois de terminado todos os afazeres domésticos, banha e põe a melhor roupa para ir ao barzinho do povoado, para tomar sua gelada ou ir para casa da irmã, onde fica até à noite, bebendo, sorrindo… à companhia do cunhado, pois a irmã não bebe, mas fica preparando o tira-gosto o tempo todo. Segunda, cedo, bem cedinho, ela está no ponto para tocar a vida dela e da família, sempre sorrindo.

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