25.8 C
Teresina
sexta-feira, março 14, 2025
spot_img

DOMINGOS

Date:

spot_img

Poema de Neto Karnissa

às 12:53

O domingo acorda, assanhado e calado,
As ruas, espremidas, não dizem nada,
Um passarinho aqui, outro acolá,
Uma cadeira, pacata, calada e sentada.

Uma pessoa, em óculos, toalha ao ombro,
Chinelo que atravessa a sala,
Demora-se ao chuveiro, sai,
Segue o corredor até a cozinha calada.

Contritas mãos, sobre a tábua, cortam a fala,
Um corpo banhado, penteado, senta,
Pega uma xícara, garrafa, café, calado,
Outro corpo, abre a porta, põe uma pedra…

O quintal cheio de árvores intactas,
O chão veste folhas secas caladas,
O muro cumpre seu dever de casa,
Uma galinha pedrez, pintinhos, deitada.

Uma cadeira de balanço, rouca na sala,
O ventilador, reclama seu descanso, calado,
Um gato peludo, no canto do sofá, enrolado,
Uma Casa, entra e sai, mas não fala nada.

(Neto Karnissa)

spot_img

Mais Notícias