Após a denúncia do Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Petrobras por casos de assédio moral e sexual, mulheres relataram novos casos de abuso na estatal. Segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, as vítimas contaram que foram vítimas de piadas de cunho sexual, toques indesejados e até mesmo convites para relações sexuais.
Algumas das mulheres que sofreram assédio trabalharam em plataformas marítimas e afirmaram que a empresa tem uma cultura machista e que as denúncias de abuso não são levadas a sério. Uma delas disse que, após reclamar de um caso de assédio, foi transferida de plataforma.
Outras mulheres relataram que a empresa não oferece suporte adequado às vítimas e que o processo de denúncia é longo e desgastante. Segundo a reportagem, muitas delas não denunciam o abuso por medo de represálias.
A Petrobras afirmou que não tolera nenhum tipo de assédio e que realiza treinamentos e campanhas internas de conscientização. A empresa também disse que colabora com as investigações do MPT e que está revisando seus procedimentos internos para aprimorar as políticas de prevenção e combate ao assédio.
O Ministério Público do Trabalho apresentou a denúncia contra a Petrobras em março deste ano, após uma investigação que durou dois anos. Segundo o órgão, a estatal falhou em proteger seus funcionários de abuso moral e sexual e não tomou medidas adequadas para punir os agressores.
A denúncia do MPT inclui 15 casos de assédio, sendo sete de assédio sexual e oito de assédio moral. Além disso, o órgão pediu à Justiça que a Petrobras seja obrigada a adotar medidas para prevenir e combater o assédio em suas unidades.