Faleceu na madrugada da sexta feira de hoje o humorista, escritor, apresentador, diretor e jornalista Jô Soares, aos 84 anos de idade. A informação foi confirmada nas redes sociais por sua ex-mulher, Flavia Pedras Soares, que foi casada com o apresentador durante 15 anos. Flávia também confirmou que a despedida do artista será reservada a amigos e familiares e a causa da morte não foi revelada.
“Viva você meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem” escreveu Flavia em um post nas redes sociais.
Nascido como José Eugênio Soares, em 16 de janeiro de 1938 na capital e estado do Rio de Janeiro, Jô estudou em Lausanne, na Suíça, com a intenção de ser diplomata, mas para a satisfação da cultura brasileira enveredou pela comédia desde da década de 60 participando e criando programas que posteriormente acabaram por se tornar tão imortais quanto a sua imagem, sendo entre eles:
- ‘A Praça da Alegria’, antecessora da Praça É Nossa, que na época era apresentada pelo pai do Carlos Alberto de Nobrega, Manuel da Nobrega, onde ficou por 10 anos;
- ‘Viva o Gordo’, em 1981, primeiro programa solo de Jô com direção de Walter Lacet e Francisco Milani e roteiros de Armando Costa.
- Jô Soares Onze e Meia, seu primeiro Talk Show, que ficou no ar por 11 anos.
- ‘Programa do Jô’, onde deu continuidade ao estilo talk show e ficou do início dos anos 2000 até 2016 anos.
Fluminense de coração, Jô também obteve sucesso nos campos da literatura com verdadeiras obras primas no género de comédia e mistério, como:
- O Homem que matou Getúlio Vargas;
- Assassinatos na Academia Brasileira de Letras;
- O Xangô de Baker Street (com direito até adaptação cinematográfica tendo o próprio Jô no elenco)
Entre também suas entrevistas mais famosas estão:
- Com o Mamonas Assassinas, em 95, em que a banda foi vestida de Chapolin;
- Tim Maia, onde o cantor falou de seus conflitos com Roberto Carlos;
- Hebe Camargo, em pleno Dia dos Namorados;
- Faustão, que raramente dá entrevistas, mas abriu uma exceçãoem 2016 para a despedida do programa;
- Charlie Brown Jr, que teve a clássica cena do Chorão descendo o auditório do programa de skate;
- Sepultura, quando a banda ainda estava com a formação original e no inicio da carreira;
Jô também teve várias mulheres, foi acusado de falar mais que seus entrevistados, foi vítima de várias sátiras em outros programas, mas apesar de qualquer polémica, fez história até o final da sua; e como o próprio disse: “Eu não tenho medo de morrer, tenho medo de me tornar improdutivo”.