Os governos da China e do Brasil emitiram uma declaração conjunta nesta sexta-feira (14), por ocasião da visita de Estado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático, destacando a criação de uma comissão sobre meio ambiente e mudanças climáticas. A declaração incluiu a assinatura de 15 acordos de cooperação entre os dois países, abrangendo áreas como proteção ambiental, desenvolvimento sustentável, economia de baixo carbono e combate à mudança do clima e à perda da biodiversidade.
A subcomissão de meio ambiente será criada no âmbito da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que é o principal mecanismo de cooperação entre China e Brasil. Além disso, os dois países comprometeram-se a continuar dialogando sobre temas ambientais e climáticos em instâncias bilaterais específicas, como o grupo formado entre Brasil, África do Sul, Índia e China (Basic) e o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics).
Outro destaque da declaração conjunta foi o apoio da China à candidatura do Brasil para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) de 2025, em Belém. A declaração ressalta ainda o reconhecimento de Brasil e China da autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) e a importância do papel da ONU na manutenção da paz, segurança internacional e promoção do desenvolvimento. No entanto, também defende reformas na estrutura da governança global, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, para permitir uma participação mais ativa dos países em desenvolvimento.
A expectativa de avançar na busca por uma solução pacífica para a guerra entre Rússia e Ucrânia também foi mencionada na declaração conjunta. Embora não tenham apresentado uma proposta concreta, Brasil e China destacaram a necessidade de diálogo e o envolvimento de mais países para uma solução negociada, recebendo positivamente as propostas e esforços um do outro nesse sentido.
Além dos acordos políticos, os governos de Brasil e China também assinaram uma série de memorandos nas áreas econômica e comercial. Destaca-se o fortalecimento do comércio em moedas locais (yuan e real), a parceria no setor agropecuário, com a assinatura de um protocolo sobre requisitos sanitários e de quarentena para a exportação de proteína processada de animais terrestres brasileiros para a China, e a cooperação policial entre a Polícia Federal do Brasil e o Ministério de Segurança Pública da China.
