O técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado pela Justiça espanhola a um ano de prisão por fraude fiscal cometida em 2014, período em que comandava o Real Madrid. Além da pena, ele deverá pagar uma multa de 387 mil euros, o equivalente a cerca de R$ 2,4 milhões, e ficará impedido de receber auxílios ou subsídios públicos por três anos.
A condenação diz respeito à sonegação de valores relacionados aos seus direitos de imagem, que, segundo o Ministério Público espanhol, não foram devidamente declarados. No total, a fraude teria causado um prejuízo de 1.062.079 euros (aproximadamente R$ 6,6 milhões) aos cofres públicos.
Apesar da condenação, Ancelotti foi absolvido de uma acusação semelhante referente ao ano de 2015. Durante o julgamento, realizado nos dias 2 e 3 de abril deste ano — antes de sua confirmação oficial como técnico da seleção brasileira — o italiano negou qualquer intenção de cometer crime.
“Eu só estava preocupado em receber o salário líquido de seis milhões por três anos, e nunca percebi que algo estava errado, nem recebi nenhuma notificação de que o Ministério Público estava me investigando”, declarou Ancelotti no tribunal.
Pela legislação da Espanha, penas de até dois anos por crimes não violentos, como é o caso, geralmente não resultam em prisão efetiva, principalmente para réus primários. Ainda assim, o fisco espanhol é conhecido por sua rigidez e já enquadrou diversas celebridades e atletas nos últimos anos — como a cantora Shakira, que em 2022 teve oito anos de prisão solicitados, mas firmou um acordo em 2023 para encerrar o caso.
A condenação de Ancelotti ocorre em um momento delicado, às vésperas de sua estreia oficial no comando da seleção brasileira. A CBF ainda não se manifestou sobre o caso.