Sistema de transporte coletivo urbano de Teresina caminha novamente para risco de colapso

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Em 2024, o sistema de transporte urbano de Teresina ainda está transportando 41% do que se transportava no ano de 2019, antes da pandemia. Com base na mesma comparação, a frota em operação neste ano corresponde a 65% daquela alocada em 2019. Diante disso, o sistema continua operando em desequilíbrio, visto que, a frota empregada na operação é superior à quantidade de passageiros efetivamente transportados.

Em termos monetários, a tarifa técnica calculada é de R$ 9,17, porém, a tarifa cobrada ao usuário permanece de R$ 4,00 há quatro anos, quando houve o último reajuste em fevereiro de 2020. “Os custos de operação não foram congelados como a tarifa. Nestes últimos 4 anos, somente o diesel, que corresponde a 29% do custo total, subiu em média 55%. E o pior, estes custos não param de crescer”, reforça Vinicius Rufino, coordenador técnico do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (SETUT).

Hoje, a prefeitura repassa o valor de R$ 2,42 por passageiro, deixando um déficit de R$ 2,75 por passageiro, situação já manifestada pelo Tribunal de Contas do Estado, pois com esse desequilíbrio, o sistema de transporte público se torna inviabilizado para a população da capital. “A situação atual de crescente desequilíbrio tem origem e se mantém pelo descontrole inflacionário dos preços dos insumos e salários, pela persistência da prefeitura em manter o excessivo número de gratuidades concedidas, do elevado desconto na tarifa de estudantes, além do descontrole e impunidade ao transporte clandestino e, principalmente, em descumprir suas obrigações legais e contratuais em cobrir os custos da operação dos serviços de transporte na sua totalidade quando a arrecadação na catraca não é suficiente”, explica Vinicius.

O cenário vem causando preocupação aos operadores, já que as soluções já foram apresentadas e podem reduzir e até eliminar a situação permanente de insatisfação dos usuários. Entre as soluções é possivel destacar:

  • Repasse da prefeitura do subsidio devido ao sistema, nas condições e qualidade necessárias;
  • O Governo do Estado desonerar integralmente o IPVA dos ônibus e ICMS sobre os insumos;
  • Governos Federal, Estadual e Municipal subsidiarem as suas respectivas gratuidades e descontos tarifários

“Não podemos banalizar a responsabilidade do poder público em relação a essa caótica situação que vem se arrastando nos últimos 04 anos onde quase nada foi feito em prol da mobilidade urbana”, pontua o coordenador técnico do Setut.