
O presidente francês, Emmanuel Macron, e a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desembarcaram em Pequim para tratar de assuntos de ordem econômica e também sobre a Guerra da Ucrânia.

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A visita é considerada uma oportunidade para pressionar a China a fazer mais pela paz na região. Macron lidera uma delegação de cerca de 50 líderes empresariais e se reunirá com o líder chinês Xi Jinping e outros altos funcionários na quinta-feira, antes de uma reunião separada com Xi e von der Leyen no final do dia.

A visita ocorre em meio à urgência da Europa em encontrar um caminho para a paz na guerra devastadora da Rússia na Ucrânia. Os líderes europeus precisam lidar com a delicada questão de como conduzir seu relacionamento com Pequim, um importante parceiro comercial da União Europeia, cujos laços estreitos com Moscou e sua agressiva política externa os tornam alvo de cautela.
Para Pequim, a diplomacia dupla pode oferecer uma chance de consertar sua imagem, visando se reconectar com o mundo e reviver sua economia doméstica após três anos de restrições prejudiciais à Covid. Entretanto, isso pode depender de sua capacidade de dar os sinais certos para a Europa em relação à sua posição na guerra.
Macron já havia telegrafado sua visão de que a China poderia desempenhar um papel na resolução do conflito na Ucrânia e sua intenção de discutir como fazer isso durante a visita a Pequim. Uma fonte do Eliseu descreveu Pequim como potencialmente um dos únicos países capazes de ter um “efeito de mudança de jogo” na guerra, dados seus laços com a Rússia, e disse que um dos principais objetivos da visita era encontrar “uma maneira de identificar soluções” para acabar com o conflito.
Pequim afirma que é neutra no conflito, mas não condenou a invasão da Rússia e, em vez disso, reforçou seus laços econômicos e diplomáticos com Moscou no ano passado. Tanto Macron quanto von der Leyen conversaram com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nos últimos dias, com von der Leyen prometendo que a Ucrânia seria um “tópico importante” das reuniões.
Além disso, Macron conversou com o presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a viagem e o apoio compartilhado de seus países à Ucrânia em uma ligação na terça-feira. A viagem a Pequim é vista como uma oportunidade para a União Europeia reafirmar seu compromisso com a Ucrânia e pressionar a China a desempenhar um papel construtivo na resolução do conflito.