
Em março, a caderneta de poupança registrou mais um mês de retiradas líquidas, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Os saques superaram as aplicações em R$ 6,087 bilhões no mês passado, em um contexto de juros elevados, economia com ritmo fraco de crescimento, inflação e aumento do endividamento da população. No total, foram aplicados R$ 327,659 bilhões na poupança em março, enquanto R$ 333,746 bilhões foram sacados pelos brasileiros.

Considerando o rendimento de R$ 5,542 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 967,495 bilhões ao final do mês. No acumulado do primeiro trimestre de 2023, a poupança já registra perdas de R$ 51,232 bilhões. Esses números refletem um cenário de dificuldades econômicas e juros altos, o que tem desestimulado muitos brasileiros a manterem seus recursos na poupança.

Em janeiro deste ano, as perdas na poupança atingiram R$ 33,630 bilhões, o maior volume de retiradas de recursos da aplicação para qualquer mês na série histórica, iniciada em 1995. Em fevereiro, as saídas líquidas foram de R$ 11,515 bilhões. Em 2022, a captação líquida já havia sido negativa em R$ 103,237 bilhões, o pior ano na história da poupança. Com a taxa Selic em 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,24% ao mês (2,01% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).